A crise na saúde pública da capital maranhense dominou os discursos na tribuna da Câmara Municipal de São Luís nesta terça-feira (05). Os parlamentares Flávia Berthier (PL) e Jhonatan Soares do Coletivo Nós (PT), usaram o plenário para denunciar casos de negligência e cobrar ações efetivas do poder público.
Durante seu pronunciamento, a vereadora Flávia Berthier fez um apelo por mais agilidade nos atendimentos de urgência e denunciou a superlotação no Hospital Socorrão. Ela relatou um acidente ocorrido em frente à sua residência na Avenida dos Holandeses, onde o jovem João Pedro Santos foi atropelado e deixado no local pelo condutor. A vereadora e moradores prestaram socorro, acompanhando a vítima até o hospital.
“O hospital estava lotado, como há anos tem estado. Mas não podemos responsabilizar exclusivamente a Prefeitura. O Socorrão atende pacientes de toda a região metropolitana e interior. Ontem, havia mais de 20 ambulâncias de outros municípios na porta”, destacou Flávia.
A parlamentar também fez um apelo ao governador Carlos Brandão (PSB), pedindo a criação de hospitais regionais de referência para aliviar a demanda na capital. Ela elogiou o atendimento recebido no Socorrão e reiterou sua defesa de pautas ligadas à fé, cidadania e saúde pública.
Além disso, lembrou que já protocolou requerimentos solicitando redutores de velocidade e mais sinalização na Avenida dos Holandeses, reforçando a necessidade de investimentos em mobilidade urbana e prevenção de acidentes.
Negligência
Por sua vez, o co-vereador Jhonatan Soares (Coletivo Nós – PT) trouxe à tribuna o caso da jovem Tayane, de 33 anos, que morreu após nove horas de espera por atendimento no Socorrinho do São Francisco. Mãe de um bebê de apenas nove meses e filha de um agente de saúde da Prefeitura, Tayane chegou passando mal e veio a óbito no mesmo dia, sem receber a devida assistência médica.
“Ela chegou ao hospital sem estar em estado grave. A família pediu socorro, pediu ambulância, pediu explicações, e não teve resposta. Horas depois, ela faleceu. Isso é inaceitável”, disse Jhonatan, visivelmente comovido.
O parlamentar também criticou o envio da polícia ao local, acionada pela prefeitura para conter os familiares da vítima, e classificou a atitude como desumana e desrespeitosa.
Jhonatan relatou que entrou em contato com a secretária de Saúde, Carol Mitre, que confirmou a abertura de sindicância interna e o afastamento da médica plantonista, mas sem oferecer informações claras sobre prazos ou medidas concretas.
“Não se trata apenas de uma tragédia familiar. É o retrato de uma gestão que prioriza reformas de fachada. Queremos uma saúde que funcione de verdade”, reforçou.
O co-vereador também denunciou a má gestão dos recursos públicos na saúde e garantiu que continuará a acompanhar o caso de Tayane, cobrando transparência e justiça
Fonte: Agência Câmara Mirlene Bezerra