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Assembleia Legislativa homenageia o Boi de Pindaré em sessão solene

A cerimônia foi proposta pelo deputado estadual Júlio Mendonça, que destacou a importância histórica, cultural e social do grupo

Homenagem da Assembleia ao Boi de Pindaré, sotaque da Baixada

A Assembleia Legislativa do Maranhão promoveu, nesta quinta-feira (15), uma sessão solene em homenagem aos 65 anos do Boi de Pindaré, uma das mais emblemáticas manifestações da cultura popular maranhense. A iniciativa foi do deputado estadual Júlio Mendonça (PCdoB), que destacou a importância histórica, cultural e social do grupo para São Luís e o Maranhão.

A cerimônia foi presidida pelo deputado Carlos Lula (PSB) e reuniu parlamentares, convidados, produtores culturais, representantes da sociedade civil e, principalmente, brincantes do Boi de Pindaré, que levaram ao plenário um pouco da força, beleza e ancestralidade da manifestação.

Sessão foi presidida pelo deputado Carlos Lula e reuniu parlamentares, convidados, produtores culturais, representantes da sociedade civil e brincantes do grupo folclórico

Reconhecimento

Júlio Mendonça ressaltou o papel fundamental do Boi de Pindaré na preservação da cultura popular e na construção de redes de solidariedade em territórios socialmente vulneráveis.

“Mais do que uma manifestação folclórica, o Boi de Pindaré é resistência, inclusão e educação comunitária. Ele representa um verdadeiro patrimônio vivo”, afirmou.

“Celebrar o Boi de Pindaré é reafirmar nossas raízes. É garantir que as vozes dos nossos mestres ecoem por muitas gerações”, concluiu Júlio Mendonça.

O deputado Carlos Lula manifestou satisfação e orgulho de ter presidido o ato solene. “A homenagem reforça a relevância do Boi de Pindaré como símbolo da identidade maranhense e reconhece seu papel na formação de uma cultura que pulsa nas periferias, nas comunidades quilombolas e nos corações de todos os que fazem da tradição do bumba meu boi uma expressão de vida, fé e luta”, frisou.

Integrantes do Boi de Pindaré se apresentam durante a sessão solene

Agradecimento

Benedita Arouche, coordenadora do grupo, agradeceu imensamente o reconhecimento da Assembleia Legislativa ao Boi de Pindaré e afirmou que toda essa vivência comunitária promove a troca de saberes entre as gerações, fortalecendo os laços sociais e prevenindo situações de vulnerabilidade, especialmente entre os jovens.

“É no barracão que vidas são transformadas e histórias são escritas a partir do tambor, da toada e da coletividade. A cultura, nesse contexto, é ferramenta de resistência e de cidadania”, destacou Benedita Arouche.

Batalhão do Boi de Pindaré agradeceu pela homenagem e retribuiu com toadas

História

O Boi de Pindaré foi fundado em 1960 por João Câncio dos Santos, em São Luís, e carrega no nome uma homenagem à sua terra natal, o município de Pindaré-Mirim, além da região da Baixada Maranhense, berço de muitos dos primeiros brincantes do grupo.

Segundo registros históricos e relatos orais, o Boi de Pindaré foi o responsável por introduzir na capital o sotaque da Baixada, um estilo que se consolidou e se espalhou a partir da atuação pioneira do grupo.

O grupo tem sede no Bairro de Fátima, em São Luís, onde desenvolve atividades culturais e sociais durante todo o ano, envolvendo crianças, jovens e adultos. No barracão do boi, são realizados ensaios de dança e percussão, oficinas de confecção de indumentárias e instrumentos, além da produção de chapéus de penas, fitas e caretas de cazumbá.

Em 1972, eternizou seu legado com o lançamento do LP Sotaque de Pindaré, que trouxe à tona a emblemática toada Urrou do Boi, imortalizada na voz do cantador Bartolomeu dos Santos, o Coxinho. A importância desse registro é tamanha que a música é considerada o Hino do Folclore Maranhense, e uma das praças do bairro de Fátima leva o nome de “Largo do Coxinho” em sua homenagem.

Atualmente, é liderado pelos amos Mestre Castro e João Sá Viana, que mantêm viva a tradição iniciada por João Câncio. Todos os anos, o ciclo festivo do boi se inicia no Sábado de Aleluia, com o primeiro ensaio, e segue até agosto, com a morte simbólica do boi, encerrando mais uma jornada de resistência cultural.

Agência Assembleia

Hudson Oliveira

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